quarta-feira, 30 de abril de 2008

Vúlvaros e Kaxeta promovem um empate com 16 gols

As equipes da Vúlvaros e da Kaxeta fizeram sua primeira participação na X Copa CAHIS nesta tarde. A partida ficou empatada em 8x8 e as duas equipes somaram um único ponto, concedendo à Calangos a liderança do grupo A até o momento.

Devido ao feriadão de 1º. de maio, a Copa CAHIS terá uma pausa e retornará no dia 5, quando ocorrerão os confrontos muito importantes, que poderão decidir os primeiros lugares dos dois grupos. O jogo mais importante é entre Rocinha e Orfanato, no grupo B, equipes que tiveram os melhores resultados em quadra até o momento. Mas é no grupo A que a coisa pode ficar mais séria. A Calangos, buscando manter sua posição na chave, enfrenta a Kaxeta, que precisa da vitória para se manter na briga pela classificação. Com grandes chances de ir a semi-final também estão a Buceta e a Vúlvaros, que se pegam num clássico pra lá de pornográfico.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Rocinha está a um passo da classificação e Orfanato aplica goleada histórica


A Orfanato estreou bem na competição, aplicando nada menos que 17 gols sobre a S. S. Chora Rita, que conseguiu marcar irrisórios 3 gols. Com o resultado, a Orfanato desponta como uma forte candidata ao título desse ano. Mas não dá para fazer apostas, pois as torcidas ainda aguardam para ver o desempenho da Kaxeta e da Vúlvaros, que ainda não jogaram nesta edição da Copa. As duas equipes se enfrentam amanhã, às 18h, fechando a primeira rodada.

Outra expectativa recaía sobre a equipe do Ora Pro Nobis, que começou abrindo o placar sobre a Rocinha, que empatou no primeiro tempo. Ora Pro Nobis é um time formado exclusivamente por estudantes de Letras, a maioria calouros, por isso muitos esperavam para conhecer o futebol dos estreantes. Eles surpreenderam o time da Rocinha e seguraram o empate por um longo tempo. Mas, sem reservas, os jogadores sucumbiram diante da equipe moitana. O que parecia ser a grande supresa da competição transformou-se em mais uma vitória da atual campeã, a Rocinha, que manteve sua invencibilidade e ficou muito perto da classificação.

Organização da copa atualiza datas e horários dos jogos

NOVA TABELA FOI FORMULADA PARA SATISFAZER EQUIPES E GARANTIR O PROSSEGUIMENTO DA COMPETIÇÃO

Na segunda-feira, dia 28, os representantes das equipes participantes da X Copa CAHIS se reuniram com o objetivo de reorganizar a tabela da competição, visto que alguns times alegaram impossibilidade de comparecimento em alguns jogos da primeira fase. Para não prejudicar o desenvolvimento da copa, formulou-se uma nova tabela (a partir de hoje, dia 29), que segue abaixo:


29/4
15h30 - S.S. Chora Rita x Orfanato
17h00 - Ora Pro Nobis x Rocinha

30/4
18h00 - Kaxeta x Vúlvaros

05/5
16h00 - Calangos x Kaxeta
17h00 - Rocinha x Orfanato
18h00 - Buceta x Vúlvaros

06/5
23h00 - Kaxeta x Buceta
23h59 - S.S. Chora Rita x Ora Pro Nobis

07/5
23h00 - Ora Pro Nobis x Orfanato
23h59 - Vúvaros x Calangos

A data e o horário da partidas eliminatórias não sofreram alterações. As semi-finais acontecem no dia 8 de maio e a grande final será realizada no dia 9, às 23h. Veja aqui a tabela antiga.

Logo mais, o Blog do CAHIS divulgará os resultados de hoje.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Casa da América Latina reúne movimentos em defesa dos povos do continente

POR RAQUEL JUNIA*

“Nada como a casa da gente”, diz o ditado popular. E quando a casa é de todos os países da América Latina, o que se pode esperar? “Solidariedade”, responde um dos membros da diretoria da Casa da América Latina, Ivan Martins Pinheiro. A iniciativa começou a ser concretizada, em agosto de 2007, como uma forma de prestar solidariedade aos povos de nossa América. Pouco mais de seis meses depois de lançada, a “Casa” tem uma sala alugada, um cine-clube semanal, um conselho e uma diretoria, já realizou atos e encontros, e planeja muitas outras ações, como a construção de um jornal mensal.

No dia 10 de março, houve uma Assembléia Geral da entidade, na qual, entre outras deliberações, foi declarada solidariedade à candidatura de Fernando Lugo à presidência do Paraguai. Na ocasião, a diretoria foi reeleita e o Conselho composto por 168 pessoas. A pluralidade da origem e da atividade dos participantes é uma das características da Casa. Mas este fato não significa que a iniciativa seja um espaço que permaneça “em cima do muro” em relação à política internacional e especificamente latino-americana.

As atividades organizadas pela Casa mostram isso. Em contextos nos quais a opinião pública conduzida pela grande mídia se mostra desfavorável à política de Bolívia e Venezuela, por exemplo, atos em solidariedade aos dois países foram convocados, com a presença de militantes dos mais diversos movimentos. Os cônsules de Bolívia e Venezuela no Brasil foram convidados a expor suas posições sobre as principais questões de suas nações. A partir desses encontros foram construídos manifestos a favor dos processos de mudança nestes países.

“Diante da insistência dos oligarcas em tentar desestabilizar os poderes legitimamente constituídos - com o objetivo de manterem seus privilégios - expressamos nossa solidariedade militante ao povo boliviano, ao presidente Evo Morales, à Assembléia Constituinte e às organizações políticas e sociais que respaldam o processo de mudanças decidido democraticamente pela grande maioria da população”, diz um trecho do Manifesto de Solidariedade ao Povo Boliviano. O documento foi elaborado numa iniciativa da Casa da América Latina, que contou com 39 assinaturas de diferentes movimentos sociais, sindicatos e partidos políticos e personalidades político-sociais.

* Texto originalmente publicado no site da agência Brasil de Fato.

Rocinha e Calangos estream com vitórias

JOGO ENTRE ORFANATO E ORA PRO NOBIS É ADIADO

As equipes mais tradicionais da Copa CAHIS estrearam na décima edição do campeonato com vitórias e muitos gols.

A Calangos venceu a Buceta por 5x4. Na primeira etapa do jogo, os calangos chegaram a abrir um placar de 3x0, mas a equipe da Buceta reagiu, fez muita pressão, e consguiu virar a partida para 4x3. Na etapa final, a equipe da Calangos restabeleceu as energias e marcou mais dois gols decisivos, virando o jogo novamente em seu favor e garantindo os três pontos na estréia da competição. O próximo jogo da Calangos é contra a Vúlvaros, amanhã, às 16h. O próximo jogo da Buceta também é contra a Vúlvaros, mas só no dia 5 de maio.

Já a Rocinha derrotou a equipe do Salve Salve Chora Rita (que participa pela primeira vez da copa) por um placar de 7x5. Apesar de ter sido uma patida com muitos gols, a Rocinha soube manter sua superioridade em quadra e chegou a abrir 4 gols de vantagem. Depois de alguns minutos de tensão, quando a S.S. Chora Rita empatou o jogo em 5x5, a Rocinha voltou a finalizar bem e marcou os dois gols que lhe garantiram a vitória e, por ora, a liderança na chave. Amanhã, às 15h, a Rocinha enfrenta outra estreante, a Ora Pro Nobis, que vem com um time formado exclusivamente por alunos do curso de Letras, basicamente calouros. O próximo jogo da Chora Rita é contra a Orfanato, no dia 30, às 17h.

O jogo entre Orfanato e Ora Pro Nobis, que estava marcado para 15h, foi adiado. Em breve divulgaremos a nova data da partida.

domingo, 27 de abril de 2008

Equipes se preparam para X Copa CAHIS

Oito equipes estão inscritas na X Copa CAHIS. Rocinha e Calangos, finalistas do Troféu Corujão, são as favoritas ao título, mas outras equipes estão muito fortes. A Orfanato quer conquistar o bi-campeonato. Kaxeta, Vúlvaros e Buceta vão contar com o entrosamento para conquistar um título inédito. Além disso, Ora Pro Nobis e S. S. Chora Rita, equipes estreantes, podem surpreender os times mais tradicionais. Abaixo seguem as informações sobre cada uma delas.

Rocinha
Títulos da Copa CAHIS: 2 (2003/1 e 2007/1)
Outros títulos: 1 Troféu Corujão, com o nome de Roçona.
Participações na Copa CAHIS: 9
Mascote: Caprina
Elenco: Luciano, Pablo Pedves,Alexandre "Sekuela" (capitão), Alexandre "Djhow", Bartolomeu, Vinicius, Flávio, Elvis, Matheus e Eduardo Gnose.

Calangos
Títulos da Copa CAHIS: 2 (1999/2 e 2004/2)
Participações na Copa CAHIS: 10
Mascote: Calango
Elenco: Mamede, Bruno, Boy (capitão), Tadeu, Brunin, Rodrigo, Caio, Lobão, Frabrício e Rafael.

Orfanato
Títulos da Copa CAHIS: 1 (2006/1)
Participações na Copa CAHIS: ?
Mascote: Órfão
Elenco: Tércio, Ricardo Pimpinho, João Paulo, Betão, Sílvio, Bruno, Marco.

Buceta
Títulos da Copa CAHIS: 0
Participações na Copa CAHIS: ?
Mascote: ?
Elenco: Fernando C., Fernando Bolchevique, Eder Mello, Bruno "Calouro", Fernando Mandinga, Gollim e Rodolfo.

Kaxeta
Títulos da Copa CAHIS:
Participações na Copa CAHIS: 2
Mascote: ?
Elenco: Frog, Crocop, Henrique, Maro, Yuri, Caio, André e Eder (capitão).

Vúlvaros
Títulos da Copa CAHIS: 0
Participações na Copa CAHIS: ?
Mascote: ?
Elenco: Eduardo "Junior", Giorgio "Milene", Rafael Fani, Gabriel "Thunder", Rafael "Krust", Gilson, Gustavo "Flanders" (capitão) e José Carlos "Rone".

Ora Pro Nobis
Títulos da Copa CAHIS: 0
Participações na Copa CAHIS: estreante.
Mascote: ?
Elenco: Rafael (capitão), Bruno, Diego, Geogernes, Marco Túlio, Geraldo e Marcelo "Carôro".

Salve Salve Chora Rita
Títulos da Copa CAHIS: 0
Participações na Copa CAHIS: estreante.
Mascote: ?
Elenco: Thiago (capitão), Smurf, Filipe, Rodrigo, Jim, Lucas, Cazuzinha, Rafael "Mini-mim", Loro e Rui.

CAHIS divulga tabela da Copa

As equipes já estão se preparando para a X Copa CAHIS, que começa amanhã, dia 28, às 15 horas com o jogo entre Ora Pro Nobis e Orfanato. Em seguida, Calangos enfrenta a Buceta e a Rocinha, atual campeã, completa a tarde jogando contra S. S. Chora Rita. Abaixo segue a tabela da competição:

28/4
15h00 - Ora Pro Nobis x Orfanato
16h00 - Calangos x Buceta
17h00 - Rocinha x S.S. Chora Rita

29/4
16h00 - Vúlvaros x Calangos
17h00 - Ora Pro Nobis x Rocinha

30/4
16h00 - Kaxeta x Vúlvaros
17h00 - S.S. Chora Rita x Orfanato

05/5
15h00 - Buceta x Vúlvaros
16h00 - Calangos x Kaxeta
17h00 - Rocinha x Orfanato

06/5
23h00 - Kaxeta x Buceta
23h59 - S.S. Chora Rita x Ora Pro Nobis

08/5 - Semi-finais
23h00 - Jogo 1 (1º. do Grupo A x 2º. do Grupo B)
23h59 - Jogo 2 (1º. do Grupo B x 2º. do Grupo A)

09/5 - Final
23h00 - Vencedor do Jogo 1 x Vencedor do Jogo 2

O Blog do CAHIS fará uma cobertura especial da Copa CAHIS, informando sobre cada equipe e cada jogo.

Começa o maior espetáculo do ICHS!!!

COPA CAHIS • FUTSAL
A Copa CAHIS está de volta! Começa amanhã a décima edição do campeonato que há 9 anos movimenta o ICHS. Oito equipes disputarão o troféu mais cobiçado do esportismo iceagaesseano. Dentre elas, Rocinha e Calangos gozam de todo o favoritismo por serem as equipes mais tradicionais e que ergueram a taça por mais vezes. Ora Pro Nobis e S. S. Chora Rita são as estreantes. Orfanato quer brigar pelo bi-campeonato. Vúvaros, Kaxeta e Buceta retornam este ano para tentar um título inédito. Veja abaixo a composição das chaves:

Chave A
Calangos
Buceta
Vúlvaros
Kaxeta

Chave B
Rocinha
Orfanato
Salve Salve Chora Rita
Ora Pro Nobis

O Blog do CAHIS fará a cobertura completa da Copa, informando a comunidade sobre o andamento da competição a cada rodada. Em breve postaremos todas as informações sobre as equipes (títulos, elenco, jogos) e sobre a tabela do campeonato.

sábado, 26 de abril de 2008

Mídia blogueira descasca grande imprensa

VEJA DÁ OS SEUS MOTIVOS

Principal alternativa à grande mídia, os blogs ditos independentes têm feito a cobertura dos jornalões brasileiros, das revistas semanais e do noticiário televisivo. Alvo especial da mídia blogueira é a revista Veja e seus sequazes.

No site Adital - Notícas da América Latina e do Caribe, o freelancer Ismar de Souza faz a análise da forma como a revista e seus colunistas têm tratado a questão dos movimentos sociais - especialmente o movimento negro - no Brasil. Segundo o blogueiro, os colunistas de Veja se somam às demais "pessoas que recebem espaço na maior revista de circulação nacional para mover um combate sem tréguas à aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, à política de cotas universitárias, à figura de Zumbi dos Palmares, ao Dia da Consciência Negra e, enfim, à causa da reparação das injustiças cometidas contra a comunidade negra ao longo da História brasileira".

Quem interessar, pode acessar a íntegra do artigo.

Aproveito para reiterar a divulgação do blog do Luís Nassif, autor de uma séria que, até a data desta postagem, já somavam 20 artigos sobre as estrepolias da grande semanal.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Aviso aos navegantes

SEJA UM COLABORADOR DO BLOG

O Blog do CAHIS é um espaço aberto. Para postar, basta cadastrar uma conta e solicitar seu cadastro como colaborador.

A Comissão de Comunicação, Imprensa e Divulgação do CAHIS encaminhou convites via e-mail para vários alunos e ex-alunos de História da UFOP. Se você ainda não recebeu e gostaria de participar, escreva para a comissão que logo lhe faremos o convite.

Na coluna da direita do blog há um "manual do usuário" para quem tiver interesse em se tornar um colaborador do blog.

Plebiscito: 87,5% dos votantes optaram pelo "sim"

COMISSÃO DIVULGA RESULTADOS
O resultado do plebiscito sobre o "Estatuto das Moitas" foi divulgado no último dia 14, quando a comissão plebiscitária realizou a apuração dos votos.

Cerca de 240 estudantes do ICHS participaram do processo e responderam à pergunta formulada pela comissão: "O critério sócio-econômico deve ser implantado nas Moitas?"

Dos votantes, 87,5% responderam "sim" e 12,1% optaram pelo "não".

O processo foi marcado por muita tensão nos debates, que foram realizados no dia 7 (no redondo das Moitas) e no dia 8 (no auditório do ICHS).

A comissão do plebiscito foi formada por 3 moradores de repúblicas federais de Mariana, 3 moradores de repúblicas particulares, 1 membro do Centro Acadêmico de Letras e 1 membro do Centro Acadêmico de História.

Os resultados serão apresentados ao Conselho Departamental do ICHS e ao Conselho Universitário.

Nossa posição

PELOS MORADORES DA REPÚBLICA FEDERAL BUCETA
TEXTO ORIGINALMENTE PUBLICADO N'O MEGAFONE

É muito importante a oportunidade de divulgar opiniões diversas tendo como veiculo um meio de comunicação imparcial. Tal chance é fundamental para que haja esclarecimento aos interessados no assunto que vem sendo discutido e assim favorecendo a democracia.

Tendo em vista o esclarecimento sobre a posição da república federal Buceta, nós, moradores da casa, viemos por meio desse texto deixar bem claro nossa posição acerca da implantação do critério socio-econômico nas repúblicas federais de Mariana.

O primeiro ponto a ser esclarecido é o de que não somos contra a implantação de um sistema de critério socioeconômico, apenas queremos por parte da C.A.C. alguns compromissos. É real a necessidade que temos de manter a casa, tanto no que tange aos aspectos estruturais e também aos aspectos das condições necessárias para garantir o bem estar dos moradores.

Acreditamos que com a implantação do sistema socioeconômico portanto com estabelecimento de um norma, haverá um cerceamento de nossa liberdade de organização e também de autopromoção do bem estar e da qualidade de vida da república. Tendo em vista esse ponto seria necessário que a C.A.C. oferecesse a manutenção de toda infra-estrutura da casa.

Vemos também o empenho de se resolver esse assunto da forma mais rápida possível, para alguns essa discussão já se arrasta há tempos, só que é preciso lembrar que qualquer mudança agora no regimento das casas irá influenciar nossas vidas e dos próximos moradores das moitas. Então, devemos sim nos empenharmos em discutir o critério socioeconômico, mas, sem pressa e sem levar somente em consideração o embate meramente ideológico, que deixe de lado a realidade como tal.

Devemos discutir muitas outras coisas antes de implantarmos o critério socioeconômico nas moitas, já que vamos mudar, vamos mudar tudo, não podemos fazer pela metade, vamos discutir a questão da água e da infra-estrutura das casas. Muitas delas estão com suas instalações elétricas a ponto de entrarem em curto e causarem, assim, um incêndio.

Já que estamos empenhados em mudar, vamos exigir da C.A.C. tudo que o critério sócio econômico implica, não adiantará nada implementa-lo apenas tendo uma perspectiva teórica aparentemente viável, temos de ter em mente todos os aspectos que a ele órbita, afinal, essa é a casa que a gente ama.

Logo, ao contrário do que alguns acreditam, não queremos uma "eletização" das moitas, queremos apenas que as condições necessárias para os alunos carentes da U.F.OP. sejam respeitadas e então que a estádia seja possível.

Quando o atraso persiste... e ameaça vencer...

POR DIEGO OMAR • MESTRANDO EM HISTÓRIA
TEXTO PUBLICADO ORIGINALMENTE N'O MEGAFONE

Alguém disse outro dia que a batalha do Departamento de Letras por um currículo que inclua o bacharelado começa a parecer a Guerra dos Cem Anos... acho que erraram o alvo... pois o que dizer então das discussões sobre as moitas... seria ela semelhante ao Mediterrâneo de Braudel (?), a macro Idade Média do Le Goff (?). Não sei... mas a sensação que paira no ar é que o travado processo divide, como na renascença, um grupo que busca a mudança e outro que gosta do entrave. Há quase uma década, a discussão sobre o estatuto das moitas é, num exemplo mais próximo, um "retrato do Brasil"... tudo está emperrado e os que emperram o processo o fazem baseados na desculpa manca de que... "ou se muda tudo ou se deixa tudo como está". Sabem, isso lembra a bancada do PSDB no Congresso: emperram a pauta e reclamam da morosidade, adoram votar o próprio aumento salarial e dizem execrar a indecorosa política nacional.

O argumento de que a discussão sobre as moitas só diz respeito a quem mora lá é indecoroso, porque está baseado no preceito de que só quem faz uso imediato do que é público pode opinar sobre as políticas públicas que, por princípio, devem contemplar toda a sociedade civil. No mais, o discurso de que os que lá residem fazem quase um favor à Universidade, pois tudo lá é muito precário e deficiente, é uma muleta que escora diversas iniciativas mal sucedidas da Universidade em criar uma forma de gestão das repúblicas que contemple tanto os alunos que mais precisam quanto a necessidade de se criar um espaço público normatizado, o que não é nem esdrúxulo, nem autoritário, mas um passo a frente na consolidação de uma universidade que é publica e que se quer moderna.

Devemos ter em mente, em primeiro lugar, que esta normatização é essencial para colocar a UFOP em dia com as políticas de assistência estudantil de todas as outras universidades do Brasil, para as quais nossos critérios (ou a falta deles) aparecem como uma aberração. Em segundo lugar é preciso ter clareza que este debate diz respeito a toda a comunidade univer-sitária e não apenas aos que lá residem, pois só a comunidade pode assegurar agora através do voto que qualquer aluno que declaradamente precise possa ter acesso à moradia estudantil. Em terceiro é inaceitável que pensemos que, porque hoje as coisas funcionam minimamente bem (como alegam alguns moitanos), sempre funcionaram ou funcionarão assim. A falta de critérios um pouco mais objetivos para a escolha dos moradores sustentou historicamente os abusos cometidos por diversos moradores das repúblicas federais de Ouro Preto, que, com a invenção de suas tradições, justificam agressões aos direitos de uma maioria que permanece calada e alheia a esta questão.

Desde que a CAC foi criada, o debate é sempre conduzido num irritante discurso conciliador que tem tornado evidente a falta de vontade da reitoria e dos grupos hegemônicos da UFOP de que esta situação mude. A pouca determinação e parca vontade política impede que uma nova forma de administrar e ocupar as repúblicas seja encontrada. É o atraso que persiste... e quanto mais o tempo passa, mais ridículos e obsoletos parecemos. O pior é que a falta de debate que é uma realidade até mesmo entre os moradores das moitas torna esse atraso ameaçador. Quem perde com ausência de critérios claros de admissão dos novos moradores das moitas são as futuras gerações de estudantes do ICHS, mas quem é responsável por transformar essa situação e preparar um futuro em que algumas coisas sejam menos obscuras do que no presente somos todos nós. Além disso, essa é uma oportunidade rica de construirmos juntos um espaço de debate, onde o público não seja apenas uma instância de que se pode cobrar algo, mas sim um espaço aberto, dialogado e comunicativo de construção e exercício de cidadania.

Junta de Imprensa lança segundo número d'O Megafone

A Junta de Imprensa do ICHS lançou no último dia 10 a segunda edição do jornal O Megafone, dando destaque especial à questão do "Estatuto das Moitas". O jornal trouxe mais elementos sobre a possibilidade de inclusão de critérios sócio-econômicos para ingresso e permanência de estudantes nas repúblicas federais de Mariana.
Outros temas também foram abordados no jornal, como a reformulação curricular do curso de Letras, a situação precária da internet no ICHS, os protestos na UFMG e as comemorações dos 40 anos dos acontecimentos de maio de 1968.
Na seqüência reproduziremos alguns textos publicados n'O Megafone.

Lém Kaza vota SIM

CARTA-MANIFESTO DE APOIO AO VOTO SIM NO "ESTATUTO DAS MOITAS"

Nós, moradores e ex-moradores da República Lém Kaza, viemos manifestar publicamente o nosso apoio ao voto SIM no plebiscito sobre o “Estatuto das Moitas”. Consideramos que a inclusão de critérios sócio-econômicos no referido documento, a fim de que se haja controle do acesso e da permanência dos estudantes às repúblicas federais de Mariana, é fundamental no sentido de desenvolvermos no ICHS um modelo de moradia estudantil que sirva verdadeiramente ao bem público, atendendo às demandas sociais do nosso corpo discente.

A República Lém Kaza há oito anos recebe ex-moitanos e tem entre os seus moradores e ex-moradores profundos conhecedores da realidade da moradia estudantil em Mariana. Embora essas informações não sirvam de estalão para medir a legitimidade de nossa participação no processo, achamos por bem salientá-las, a fim de afastar qualquer argumentação descabida daqueles que se esmeram em fazer do patrimônio público um bem privado.

A participação dos estudantes do ICHS nesse debate, de forma generalizada, por serem todos os maiores interessados na situação da moradia federal em Mariana, revela-se indispensável num momento em que mudanças significativas possam ocorrer a fim de consolidar a noção de que as Moitas se prestam a uma finalidade pública – e isso tem um significado não apenas ideológico, mas político, histórico e real. Por isso, nós parabenizamos os centros acadêmicos de História e Letras pela brilhante iniciativa de realizar essa consulta às suas bases, tão quanto a Coordenadoria de Assuntos Comunitários pelo empenho e incentivo a essa luta histórica dos estudantes do ICHS. Repudiamos as tentativas de embargo ao processo plebiscitário, realizadas por vezes de formas violentas. Representam além de tudo um pensamento retrógrado e conservador com as roupagens de um libertarismo mesquinho e egoísta.

O Mundo todo avança no sentido de construirmos uma nova concepção de democracia, que dê conta dos direitos sociais historicamente negados à grande maioria da população mundial – pretos, pobres, miseráveis, mulheres, homossexuais, imigrantes e minorias subjugadas em todos os cantos do planeta. Essa é a luta que travamos nos últimos 40 anos, resultado da ação de verdadeiros libertários que iniciaram as grandes batalhas contra todo o tipo de opressão no século passado.

Hoje, a sociedade tem a grande missão de reverter as desigualdades históricas resultadas dos longos anos de práticas políticas, econômicas e jurídicas liberais que condenaram vários grupos sociais à exclusão, à miséria, à discriminação, à baixa auto-estima, à falta de oportunidades. Mesmo em países de tradição conservadora temos observado alguns avanços, transformando antigas concepções e dando prioridades às camadas historicamente desfavorecidas, no sentido de reverter-lhes os direitos sociais negados nos últimos séculos.

No Brasil, a passos lentos e com alguns recuos, os debates acerca das igualdades – não como princípio, mas como finalidade, algo a ser perseguido – tem dado bons frutos, convertendo-se em importantes vitórias políticas e sociais. A cidadania tida como essência, de cunho liberal, dá lugar a uma cidadania dinâmica, que tem que ser conquistada a cada dia, sempre alargando o seu próprio âmbito, promovida por sujeitos sociais ativos, que reivindiquem igualdade, mas que também reconheçam a diferença, precisamente na medida em que ela determina desigualdade.

Se a finalidade do Estado e da sociedade é de fato o bem comum, a Universidade Pública tem um papel fundamental nesse processo. Nesse panorama, não é a sua função salvaguardar prerrogativas atribuídas pela “tradição” ou pela negligência histórica de seus administradores. Ao contrário, como instituição destinada a promover a educação pública, a Universidade precisa assumir seu grande papel na luta contra as desigualdades sociais. Isso se dá não apenas nas suas funções fundamentais de ensino, pesquisa e extensão, mas também na sua estrutura administrativa e organizacional, nas relações entre os seus diversos segmentos e nas suas políticas de ingresso e permanência dos estudantes.

Concluindo, as Moitas têm um papel pequeno, mas fundamental, nesse processo: oferecer a estudantes carentes ou com menos condições financeiras a oportunidade de terem suas despesas aliviadas durante a graduação, garantindo-lhes o abrigo e as condições mínimas para tocarem seus estudos. Cabe à UFOP o controle e a vigilância permanente, para que abusos não sejam cometidos, para que as prioridades sejam atendidas numa perspectiva social e pública. Cabe a nós, mas também à Universidade, zelar pelo patrimônio que é dela, que é nosso, que é público.

Moradores e ex-moradores da República Lém Kaza
Danilo Barcelos Correa
Edmar de Assis Campelo Ávila
Ednaldo Cândido Moreira Gomes
Inácio Walacy Abrantes Sales
Marcel Pereira da Silva
Marcelo de Souza Fonseca
Pablo Bráulio de Souza
Renato Viana Boy
Rodrigo de Azevedo Sá Freire
Welber Luís dos Santos

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Cara à tapa! - O Signo da Cidade

Não sei bem de quem foi a idéia de convidar-me para escrever neste blogue tão sério. Apesar de não entender bem como se convite se deu, eu agradeço muito às almas gentis que o fizeram. Porém, a dúvida era: o que escrever? Pensei seriamente em reivindicar a minha tão devaneada coluna social (ou seja, fofocas mesmo, do tipo, chulas e irreverentes). Mas acho que isso deverá ficar para um outro que por perto do “mucovuco” vive ainda. Brincadeiras nostálgicas à parte, acabei por optar em fazer usar este espaço para falar um pouco de entretecimento, o que acham da idéia? Queria mesmo saber se é bem vindo tal categoria neste lugar, então, por favor, escrevam, comentem os posts, ok?

***

O Signo da Cidade (2007, cor, 95 min.)

“Entre todas as cores de uma cidade, o cinza nunca foi tão evidente”

É difícil ver um cenário noturno com tantas cores, principalmente quando se retrata uma São Paulo contemporânea. Sem tocar nos pontos mais comuns, ou seja, sem mencionar Vila Madalena, a estação da Luz, Avenida Paulista e tantos outros Bruna Lombardi nos leva, através de seu roteiro, à uma São Paulo solitária e individualista, onde pessoas banais, em suas vidas banais, procuram uma luz, uma estrela que brilharia por eles, pois por lá, nem os barulhos dos congestionamentos parecem servir de fuga da solidão.

Dirigido por Carlos Alberto Ricelli, de forma poética e crua, somos obrigados a depararmo-nos com figuras urbanas que não nos remete aos clichês paulistanos. Não são os banqueiros, empresários, políticos corruptos ou os ricos, tampouco freqüenta-se como cenários do longa os ambientes daquela então alta sociedade... Conhecemos, porém, uma astróloga (Bruna Lombardi) que, ao tentar ajudar as pessoas, acaba por defrontar-se a fragilidade de cada um, e a dela mesma. Quartos escuros e imundos apresentam-nos uma mãe com grave depressão, uma jovem que acabou de abortar e está praticamente morta, um casamento em crise, um jovem travesti negro, um jovem suicida e tantos outros personagens, que se entrelaçam neste drama tão bem construído.

Sem dúvida o filme perpassa uma dicotomia: solidão e solidariedade. A fragilidade retratada não se encontra apenas na personalidade de cada personagem, mas também, nas complexas interpelações dos personagens que geralmente são no silêncio dos gestos e palavras soltas de repulsa. O signo da Cidade mantêm picos de tensão muito interessantes, onde vontade, desejo, paranóia e depressão se fundem com sonho, esperança e confiança.

Tratar de tantos pequenos grupos na feiúra dos cantos paulistanos, sem com isso, mistificá-los ou exagerar os seus detalhes para então empurrar um conceito estético caricatural, em um tempo tão reduzido como o de um filme, é um trabalho um tanto quanto arriscado se não bem tratado. O signo da Cidade, porém, foi muito feliz em sua excepcional linguagem. Não se percebe desvios, a trama segue em um ritmo médio, com picos dramáticos, mas sempre contornados por uma leveza de palavras nos diálogos inteligentes entre as personagens, o que soma com a fotografia crua. Percebe-se que, mesmo entre o alaranjado e todas outras cores da noite suburbana, a densidade da trama faz com que a densidade de um cinza imagético tome conta até das cenas diurnas, contrapondo-se, contudo, à casa da astróloga, colorida, animada, mesmo mantendo um tom melancólico de procura constante às questões não resolvidas, que tão bem demarcam a vida da personagem.

O filme consegue dar desfechos aos seus núcleos, apesar de não tão bem explicitada, os personagens parecem tomar suas decisões, não deixando os acontecimentos nas mãos do destino. Talvez houvesse apenas certa modéstia no elenco que, entre os mais jovens, houve uma falta de laboratório. Por outro lado, os artistas mais experientes tiveram cenas marcantes, em destaque lembro-me de Juca de Oliveira e Eva Wilma.



segunda-feira, 14 de abril de 2008

NER organiza IX Ciclo de Estudos da Religião em parceria com CEHILA

Em comemoração aos 35 anos da criação do Centro de Estudos da História da Igreja na América Latina (CEHILA) e dos 40 anos da Conferência Episcopal de Medellín (a famosa reunião dos bispos latino-americanos na qual a Igreja do continente fez sua "opção social pelos pobres"), o Núcleo de Estudos da Religião organiza seu IX Ciclo de Estudos em parceria com o CEHILA-Brasil e tem como tema: Modernidade, Instituições e Historiografia Religiosa no Brasil.
O CEHILA foi criado em 1973 com a intenção de reescrever a História da(s) Igreja(s) na América Latina tendo como eixo heremêutico os pobres, até então completamente excluídos de uma história institucional. Décadas depois, quais os debates e desafios dessa historiografia e de que instituições ela emana? Quais os desafios éticos e acadêmicos de se fazer uma história da Igreja nos dias atuais? O debate promete...
INSCRIÇÕES:
Comunicações: de 1º de maio a 15 de julho
Minicursos e ouvintes: de 1º de maio a 31 de agosto.