segunda-feira, 28 de abril de 2008

Casa da América Latina reúne movimentos em defesa dos povos do continente

POR RAQUEL JUNIA*

“Nada como a casa da gente”, diz o ditado popular. E quando a casa é de todos os países da América Latina, o que se pode esperar? “Solidariedade”, responde um dos membros da diretoria da Casa da América Latina, Ivan Martins Pinheiro. A iniciativa começou a ser concretizada, em agosto de 2007, como uma forma de prestar solidariedade aos povos de nossa América. Pouco mais de seis meses depois de lançada, a “Casa” tem uma sala alugada, um cine-clube semanal, um conselho e uma diretoria, já realizou atos e encontros, e planeja muitas outras ações, como a construção de um jornal mensal.

No dia 10 de março, houve uma Assembléia Geral da entidade, na qual, entre outras deliberações, foi declarada solidariedade à candidatura de Fernando Lugo à presidência do Paraguai. Na ocasião, a diretoria foi reeleita e o Conselho composto por 168 pessoas. A pluralidade da origem e da atividade dos participantes é uma das características da Casa. Mas este fato não significa que a iniciativa seja um espaço que permaneça “em cima do muro” em relação à política internacional e especificamente latino-americana.

As atividades organizadas pela Casa mostram isso. Em contextos nos quais a opinião pública conduzida pela grande mídia se mostra desfavorável à política de Bolívia e Venezuela, por exemplo, atos em solidariedade aos dois países foram convocados, com a presença de militantes dos mais diversos movimentos. Os cônsules de Bolívia e Venezuela no Brasil foram convidados a expor suas posições sobre as principais questões de suas nações. A partir desses encontros foram construídos manifestos a favor dos processos de mudança nestes países.

“Diante da insistência dos oligarcas em tentar desestabilizar os poderes legitimamente constituídos - com o objetivo de manterem seus privilégios - expressamos nossa solidariedade militante ao povo boliviano, ao presidente Evo Morales, à Assembléia Constituinte e às organizações políticas e sociais que respaldam o processo de mudanças decidido democraticamente pela grande maioria da população”, diz um trecho do Manifesto de Solidariedade ao Povo Boliviano. O documento foi elaborado numa iniciativa da Casa da América Latina, que contou com 39 assinaturas de diferentes movimentos sociais, sindicatos e partidos políticos e personalidades político-sociais.

* Texto originalmente publicado no site da agência Brasil de Fato.

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