GREVE ESTUDANTES UFSJ-CAMPUS DIVINÓPOLIS
Estudantes em greve por tempo indeterminado na UFSJ de Divinópolis-MG
Estudantes de medicina, farmácia, enfermagem e bioquímica da do Campus Dona Lindu da Universidade Federal de São João Del-Rei - UFSJ, em Minas Gerais, estão em greve desde quarta-feira (30/10) em protesto contra as péssimas condições dos cursos. De acordo com os estudantes, o reitor da universidade, Helvécio Luiz Reis, disse que só receberia os estudantes se eles fossem até São João Del-Rei, que fica a 300 quilômetros de Divinópolis, e que não pretende ir até o campus Dona Lindu para conversar com os alunos.
Inicialmente, o movimento era apenas dos estudantes dos cursos de Enfermagem e Medicina. Segundo a Cordenação Nacional de Lutas dos Estudantes - Conlute, todos os alunos aderiram ao movimento. Ao todo, os quatro cursos têm 200 discentes para duas salas de aula. O movimento estudantil tem reivindicado melhorias há tempos, sem resultado. Lideranças da COnlute explicam que mesmo em condições precárias, a universidade oferecerá cem novas vagas no vestibular 2009 sem contratar novos professores ou ampliar o número de salas de aula.
O movimento já recebe apoio de diretórios acadêmicos de várias universidades. Os estudantes têm realizado mobilizações públicas para denunciar o descaso da instituição e mantêm um blog com as últimas notícias (http://ufsjdivinopolis.blogspot.com/). Na quarta-feira, divulgaram o seguinte manifesto que você lê abaixo.
Manifesto dos cursos de Enfermagem e Medicina - UFSJ
Diante das incertezas de uma formação acadêmica condizente com as exigências do mercado profissional e, principalmente, devido à possibilidade de não nos tornarmos aptos a contribuir com a melhora da saúde do país, os discentes dos cursos de Enfermagem e Medicina da Universidade Federal de São João Del Rei Campus Centro-Oeste Dona Lindu, comunicam a paralisação de todas as suas atividades estudantis desde a zero hora do dia vinte e nove de outubro de dois mil e oito. Infelizmente, fomos obrigados a tomar essa atitude drástica, visto que as diretrizes mínimas para a abertura e funcionamento de tais cursos não estão sendo cumpridas.
Mesmo enfrentando extremas dificuldades ao longo do primeiro semestre, acreditávamos que, por sermos as primeiras turmas de um novo campus, os graves problemas enfrentados seriam solucionados em um período curto de tempo. No entanto, a continuidade das precárias condições de infra-estrutura, a presença de um corpo docente extremamente reduzido e, sobretudo, a tentativa de implementação de um currículo que não só desconsidera as limitações físicas e técnicas da região, mas que também ignora a ausência de uma rede-escola consolidada evidenciam que tal expectativa não se concretizará imediatamente.
Além disso, as falsas promessas da reitoria para equacionar todas essas dificuldades e a duplicação do número de vagas para os próximos vestibulares (sem antes resolver os entraves que limitam um aprendizado de excelência) retratam a forma negligente de como o ensino superior é abordado no Brasil. Com essa atitude, fica evidente que tal expansão universitária não leva em consideração a qualidade do ensino. Assim, não é difícil concluir que esse ato irresponsável, brevemente, conduzirá as universidades federais ao total sucateamento. Por todos esses fatores e após inúmeras tentativas de acordo, estamos recorrendo a um dos direitos mais democráticos da nossa constituição: a greve. É importante salientar que não somos contra a universalização do acesso ao ensino superior, ou seja, nosso manifesto busca reivindicar condições dignas que proporcionem uma graduação qualificada para todos.
Temos convicção que a executiva da Universidade Federal de São João Del Rei reconhecerá o equivoco de suas atitudes e, rapidamente, disponibilizará os recursos e requisitos mínimos determinados pelo Ministério da Educação para o pleno funcionamento das escolas de Enfermagem e de Medicina. Deve-se acrescentar que tal greve se deu em função de uma falta de diálogo efetivo entre as partes envolvidas.
Por se tratar de um ato extremo e de enorme desgaste para todos os lados, devemos trabalhar incessantemente para que esse tipo de medida não se faça necessária novamente. Por fim, gostaríamos de agradecer a toda população da cidade de Divinópolis, a qual nos recebeu de braços abertos e que, sem dúvida, deposita nesses discentes toda uma esperança de um dia transformar essa macro região em uma das maiores referências em saúde do país. Obrigado a todos aqueles que confiam e acreditam em nossa causa.
Elaborado pelos discentes dos cursos de Enfermagem e Medicina.
Divinópolis, 29 de outubro de 2008.
Fonte: ANDES-SN
Estudantes de medicina, farmácia, enfermagem e bioquímica da do Campus Dona Lindu da Universidade Federal de São João Del-Rei - UFSJ, em Minas Gerais, estão em greve desde quarta-feira (30/10) em protesto contra as péssimas condições dos cursos. De acordo com os estudantes, o reitor da universidade, Helvécio Luiz Reis, disse que só receberia os estudantes se eles fossem até São João Del-Rei, que fica a 300 quilômetros de Divinópolis, e que não pretende ir até o campus Dona Lindu para conversar com os alunos.
Inicialmente, o movimento era apenas dos estudantes dos cursos de Enfermagem e Medicina. Segundo a Cordenação Nacional de Lutas dos Estudantes - Conlute, todos os alunos aderiram ao movimento. Ao todo, os quatro cursos têm 200 discentes para duas salas de aula. O movimento estudantil tem reivindicado melhorias há tempos, sem resultado. Lideranças da COnlute explicam que mesmo em condições precárias, a universidade oferecerá cem novas vagas no vestibular 2009 sem contratar novos professores ou ampliar o número de salas de aula.
O movimento já recebe apoio de diretórios acadêmicos de várias universidades. Os estudantes têm realizado mobilizações públicas para denunciar o descaso da instituição e mantêm um blog com as últimas notícias (http://ufsjdivinopolis.blogspot.com/). Na quarta-feira, divulgaram o seguinte manifesto que você lê abaixo.
Manifesto dos cursos de Enfermagem e Medicina - UFSJ
Diante das incertezas de uma formação acadêmica condizente com as exigências do mercado profissional e, principalmente, devido à possibilidade de não nos tornarmos aptos a contribuir com a melhora da saúde do país, os discentes dos cursos de Enfermagem e Medicina da Universidade Federal de São João Del Rei Campus Centro-Oeste Dona Lindu, comunicam a paralisação de todas as suas atividades estudantis desde a zero hora do dia vinte e nove de outubro de dois mil e oito. Infelizmente, fomos obrigados a tomar essa atitude drástica, visto que as diretrizes mínimas para a abertura e funcionamento de tais cursos não estão sendo cumpridas.
Mesmo enfrentando extremas dificuldades ao longo do primeiro semestre, acreditávamos que, por sermos as primeiras turmas de um novo campus, os graves problemas enfrentados seriam solucionados em um período curto de tempo. No entanto, a continuidade das precárias condições de infra-estrutura, a presença de um corpo docente extremamente reduzido e, sobretudo, a tentativa de implementação de um currículo que não só desconsidera as limitações físicas e técnicas da região, mas que também ignora a ausência de uma rede-escola consolidada evidenciam que tal expectativa não se concretizará imediatamente.
Além disso, as falsas promessas da reitoria para equacionar todas essas dificuldades e a duplicação do número de vagas para os próximos vestibulares (sem antes resolver os entraves que limitam um aprendizado de excelência) retratam a forma negligente de como o ensino superior é abordado no Brasil. Com essa atitude, fica evidente que tal expansão universitária não leva em consideração a qualidade do ensino. Assim, não é difícil concluir que esse ato irresponsável, brevemente, conduzirá as universidades federais ao total sucateamento. Por todos esses fatores e após inúmeras tentativas de acordo, estamos recorrendo a um dos direitos mais democráticos da nossa constituição: a greve. É importante salientar que não somos contra a universalização do acesso ao ensino superior, ou seja, nosso manifesto busca reivindicar condições dignas que proporcionem uma graduação qualificada para todos.
Temos convicção que a executiva da Universidade Federal de São João Del Rei reconhecerá o equivoco de suas atitudes e, rapidamente, disponibilizará os recursos e requisitos mínimos determinados pelo Ministério da Educação para o pleno funcionamento das escolas de Enfermagem e de Medicina. Deve-se acrescentar que tal greve se deu em função de uma falta de diálogo efetivo entre as partes envolvidas.
Por se tratar de um ato extremo e de enorme desgaste para todos os lados, devemos trabalhar incessantemente para que esse tipo de medida não se faça necessária novamente. Por fim, gostaríamos de agradecer a toda população da cidade de Divinópolis, a qual nos recebeu de braços abertos e que, sem dúvida, deposita nesses discentes toda uma esperança de um dia transformar essa macro região em uma das maiores referências em saúde do país. Obrigado a todos aqueles que confiam e acreditam em nossa causa.
Elaborado pelos discentes dos cursos de Enfermagem e Medicina.
Divinópolis, 29 de outubro de 2008.
Fonte: ANDES-SN
Nenhum comentário:
Postar um comentário