1º de Maio no Brasil*
O 1º de Maio vem sendo comemorado no Brasil desde fins do século passado. Embora haja divergências quanto à data da primeira comemoração, tudo indica que ela foi realizada no ano de 1895, em Santos (SP), e organizada pelo partido operário daquela cidade. Nas primeiras décadas do século, o 1º de Maio foi comemorado pela classe operária como um dia de luta e reivindicações por melhores condições de vida e trabalho, contra a guerra, por liberdades, etc. Em 1925, contra os protestos dos trabalhadores e procurando institucionalizá-lo, o governo transforma o 1º de Maio em feriado nacional.Nos anos trinta e, em particular, durante o Estado Novo (1937-1945), o governo procurou retirar o significado de combate da data e converter o 1º de Maio num dia de festa oficial, programada e dirigida pela máquina estatal. Nele, Getúlio Vargas aparecia como grande protetor dos trabalhadores brasileiros.Após a redemocratização de 1945, o movimento operário procurou resgatar e reafirmar o conteúdo classista do dia 1º de Maio. A partir de 1947, mesmo sob a repressão do governo Dutra, a classe operária imprime ao dia um conteúdo de luta e reivindicação por melhores condições de trabalho, em defesa da paz, das liberdades democráticas, contra a carestia de vida, pela independência nacional e pela reforma agrária.A partir de abril de 1964, o regime autoritário procura imprimir às comemorações do 1º de Maio - como já havia sido feito no Estado Novo - um caráter policlassista e dirigido pelo Ministério do Trabalho. Em contraposição, o movimento operário oferece resistência das mais diversas formas. Em 1968, o 1º de Maio em São Paulo, organizado pelo governo do Estado, transforma a praça da Sé em campo de batalha, num protesto planejado pelas organizações radicais de esquerda - Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), Ação Libertadora Nacional (ALN) e a Dissidência Universitária Comunista de São Paulo, entre outras, com o apoio da Ação Popular (AP) - que tomou e queimou o palanque das autoridades.Resistindo às tentativas do regime autoritário em transformar o 1º de Maio de mero festejo ou numa manifestação sem conteúdo de classe, o movimento operário tem procurado imprimir à data um caráter de confraternização, reivindicação e luta. Nesse sentido registraram-se avanços, como em 1979 e 1980, quando cerca de 150 mil trabalhadores reunidos em São Bernardo do Campo (SP) e desafiando o regime, recuperaram o sentido real do 1º de Maio.
* Texto extraído do Portal da Fundação Perseu Abramo.
Veja abaixo as principais notícias sobre o dia 1º. de maio.
O Globo: Missa na Sé abre programação do 1º. de Maio em SP.
Brasil de Fato: Em meio à crise do sindicalismo, centrais defendem a redução de jornada.
JC On Line: Sem protestos, 1º. de Maio é só festa no Recife.
AFP: 1º de Maio tem protestos violentos na Alemanha.
Folha On Line: Show e sorteios marcam festas no 1º. de Maio em SP.
O Tempo: Muita festa e luta por direitos.
Programação: centrais sindicais promovem eventos paralelos para celebrar o Dia do Trabalhador:
» Dia de luta por emprego, moradia, terra e direitos sociais. Intersindical e Conlutas convocam militantes para ato público na Praça da Sé, em São Paulo. As entidades reafirmam a data como "dia de luta" e não "dia de festa" e propõem a celebração dos 40 anos do dia 1º. de maio de 1968.
» CUT comemora seus 25 anos com festividades em várias cidades do Brasil. Duas reivindicações serão enfatizadas: redução da Jornada de Trabalho, sem redução de Salários; e ratificação das Convenções 151 e 158 da OIT.
» No Campo de Bagatelle, a Força Sindical realiza celebração com o tema: "Reduzir a jornada é gerar empregos". Além dos vários shows, vários prêmios serão sorteados por meio de cupons distribuídos pelas entidades filiadas à Força.
» A UGT realizará a sua principal comemoração em Carapicuíba/SP. O evento também marcará a defesa da UGT pela redução da jornada e transposição das águas do Rio São Francisco.
quinta-feira, 1 de maio de 2008
O Dia do Trabalhador entre lutas e festas
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