
Durante os dias 24 a 27 de Abril, no pavilhão da Bienal, no Ibirapuera, foram expostas inúmeras obras de arte modernas e contemporâneas. O evento, que acontece desde 2005, parece ter uma repercussão bastante significativa principalmente entre os colecionadores de arte, e outras pessoas que, de um modo ou de outro, estão ligado a este mundo tão pouco conhecido e vivenciado por nós.
A primeira impressão que se tem ao entrar numa feira de arte (ou seja, lugar onde as pessoas pagam pequenas fortunas pelas peças artísticas, assim como nós pagamos por um café mal coado) é a grandiosidade de tal evento. Eram galerias a se perder de vista, algumas muito bem estruturadas, que ganhavam nossa atenção pelos efeitos de composição que se dava entre peças expostas e espaço da galeria, que, não raro, parecia tão harmonioso que até os responsáveis pelas galerias pareciam objetos decorativos.
O interessante, a se relatar neste comentário é como as pessoas se portavam frente às obras. Posso dizer, sem chance de estar errado, que poucos de fato olharam para as obras. Ouvíamos muitas frases do gênero “que obra bonita”, “que coisa estranha!”, “Nossa, que obra interessante!”, entre outras tantas. Raros foram os comentários mais reflexivos, nem ao menos, consegui ouvir alguma reação que me aparentasse verdadeira. Percebi, com isso, que na verdade, não é que falta um conhecimento prévio para se entender ou fruir arte, me parece porém, é que nos falta a capacidade primária do olhar. Somos educados de tal modo que a arte se aproximaria de uma relíquia, que de tão preciosa, apenas poucos têm capacidade de alcançá-las, por isso não nos damos ao trabalho de sequer olhar; preferindo, assim, as frases feitas regadas de ignorância.
Depois de quase quatro horas visitando as galerias, percebi também o quanto de fato preciso (e quero!) aprender sobre arte, contudo, creio não ter mais medo de encarar essas peças que, apesar de serem muito valiosas num sentido humanista da palavra, grande parte delas estão expostas para nós! Mas, se neste momento você estiver pensando que o que eu falo é uma grande baboseira, pois as grandes exposições estão sempre nos grandes centros urbanos, por um momento concordaria contigo, mas lhe perguntaria a seguir: você conhece a arte da cidade em que reside? Das cidades vizinhas?
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